“Surpresa e indignação”, é a reacção do Movimento para a Democracia à anulação do debate entre os partidos que se candidatam em todos os círculos eleitorais do país e da diáspora.
“A decisão da CNE [Comissão Nacional de Eleições] que levou ao cancelamento do debate pela TCV e RTC não contribui para dignificar a liberdade de imprensa e a independência editorial que sempre pautou a nossa democracia”, diz o comunicado do MpD.
Para o MpD, o debate “deve acontecer em nome de uma maior clarificação de propostas entre as candidaturas e em honra ao bom nome da democracia”.
“Estamos e estaremos sempre preparados e disponíveis para debater as nossas propostas e não vamos nos esquivar de exigir com rigor uma decisão da CNE que favoreça, em tempo hábil, a realização do debate numa nova data”, conclui o comunicado enviado às redacções.
Também o PAICV disse ter sido apanhado de “surpresa” com o cancelamento do debate.
“Esta informação apanhou a todos de surpresa e indicia que alguma mão invisível possa estar por detrás desta decisão inusitada e despropositada que choca, claramente, com os valores e propósitos da democracia que pretendemos construir nestas ilhas”, lê-se no comunicado do partido.
Para o PAICV, em todas as democracias consolidadas os debates entre os principais concorrentes são “fundamentais para esclarecer os eleitores e contribuir para uma decisão consciente no momento da escolha daqueles que deverão conduzir os destinos do País”.
Opinião contrária tem o vice-presidente do Partido Social Democrático (PSD), que elogiou a decisão da CNE.
“O PSD formulou uma queixa contra a Rádio de Cabo Verde (RCV) e a Televisão de Cabo Verde (TCV) de discriminação junto a Comissão Nacional de Eleições (CNE) no dia 22 de Março, com o número de entrada 233, mas esta não deliberou sobre a nossa queixa e veio decidir após uma queixa do PTS sobre o nº 249”, disse Rui Além à Inforpress.
“Os debates em plena campanha eleitoral, se não for com todos os partidos políticos concorrentes, configuram propaganda eleitoral fora dos prazos previstos nos artigos 115º e 117 do código eleitoral em que os únicos beneficiários seriam expostos, ou seja, os partidos que tais direcções da comunicação social pretendem impor” sublinhou.
Para o vice-presidente do PSD, num Estado de Direito todos devem ter os “mesmos direitos”.