Em causa está a aprovação, pela Comissão Política Nacional (CPN), de três nomes, diferentes dos inicialmente propostos pela CPR-SA, para os três primeiros lugares da lista do PAICV para o círculo eleitoral de Santo Antão.
“Ao tomar conhecimento da decisão, a CPR-SA analisou demoradamente a decisão que aprova apenas os três primeiros nomes, por coincidência igual ao número de deputados que o PAICV elegeu em 2016, alterando radicalmente a proposta da CPR-SA”, indica o documento lido por Saturnino Baptista.
“Estranhamente, nenhum membro da CPR-SA, nenhum membro dos três conselhos de sector na ilha, nem mesmo o deputado ainda em exercício de funções mereceu um lugar cimeiro na lista”, observou Saturnino Baptista na sua apresentação.
O dirigente regional dos “tambarinas” na ilha de Santo Antão considera que, embora a condição de dirigente regional ou sectorial não implique, necessariamente, aptidão para se ser um bom candidato, “aos dirigentes locais em exercício se reconhece o perfil adequado para representarem, com dignidade a sua ilha e poderem, assim, constar dos lugares cimeiros de uma lista de candidatos do PAICV para as eleições legislativas”.
Contudo, a CPR-SA diz entender que “tudo isso poderia ter sido possível, numa base de diálogo e num clima de camaradagem entre os órgãos competentes do partido.
“A mesma coisa em relação ao deputado, ainda em exercício, cujo trabalho tem merecido avaliação positiva dos militantes e eleitores do seu círculo eleitoral”, acrescenta o documento.
A CPR-SA diz ter procurado o diálogo para a resolução do problema, mas a CPN não respondeu à sua comunicação, ignorando o apelo da CPR-SA e mantendo a sua decisão, enquanto “o cabeça-de-lista e os nomes já aprovados desdobram-se em contactos para a formatação da lista e montagem da estrutura de campanha, ignorando completamente a Comissão Política Regional”.
Por isso, a CPR-SA considera que, “inviabilizada qualquer possibilidade de diálogo para tratar essa questão internamente, a CPR-SA, na sua maioria, sente-se desconsiderada e excluída do processo, pelo que não lhe resta outra saída, senão demarcar-se da forma como o processo está sendo conduzido, bem como da lista elaborada nessas circunstâncias”.
Em declarações à Inforpress, Saturnino Baptista disse que a CPR-SA “ainda” não vai pelo caminho do pedido de demissão, mas assumiu que “está em aberto a possibilidade de colocar o cargo à disposição dos militantes”, condicionando qualquer dessas decisões à forma como as coisas evoluírem a partir de agora.
Questionado se os membros da CPR-SA vão participar nas campanhas eleitorais, Saturnino Baptista mostrou disponibilidade.
“Somos todos militantes do PAICV, até agora somos dirigentes e naquilo que for possível participaremos”, disse Baptista, assumindo que isso só será possível “se houver espaço para tal”.