A intenção foi manifestada em conferência de imprensa na cidade da Praia, pelo secretário-geral do partido, Julião Varela, para abordar a questão da política externa, designadamente a situação política na Guiné-Bissau.
O dirigente “tambarina” apontou a necessidade de fortalecer o Estado de Direito Democrático como um dos mecanismos para prevenção dos conflitos, assim como a promoção da paz, da segurança e do desenvolvimento.
Por isso, espera que a comunidade internacional deixe as instituições guineenses competentes estabelecerem o apuramento da verdade eleitoral.
“Manifestamos a nossa solidariedade para com o povo da Guiné-Bissau, cujos sacrifícios têm sido importantes para o sucesso da luta comum, sob a direcção do partido de Cabral, para a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde”, sublinhou.
Por outro lado, o PAICV espera que o Governo de Cabo Verde defenda sempre os interesses nacionais de modo a preservar o capital político do país, tem granjeado a nível internacional ao longo da sua história.
Segundo Julião Varela, nesse processo de eleição na Guiné-Bissau terá havido, por parte de Cabo Verde, alguns procedimentos que possam não estar de acordo com a linha política do relacionamento com os outros países.
Julião Varela registou com “satisfação” o facto do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, após ter felicitado, numa primeira fase, o candidato eleito provisoriamente pela Comissão Eleitoral, ter condicionado a sua participação no acto de tomada de posse, advertindo, numa entrevista à RDP-África, que marcará presença na cerimónia “se tudo correr pela normalidade e a eleição for liquido e reconfirmado”.
“O PAICV interpreta esta nova posição do Presidente da República como o reconhecimento de que ainda os resultados definitivos do pleito eleitoral carecem de uma decisão do Supremo Tribunal”, notou Julião Varela.
O candidato do MADEM-G15, apoiado pela esmagadora maioria dos candidatos derrotados na primeira volta, obteve 53,55% dos votos, contra 46,45% para Domingos Simões Pereira, candidato do PAIGC, partido no poder.
O general Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), venceu o escrutínio com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira conseguiu 46,45%.
O candidato derrotado não aceitou o resultado alegando fraude eleitoral.