"Esta atitude mais não é do que a expressão do sentimento deste Governo que não morre de amores pela sector privado da comunicação social", disse Américo Nascimento ao comentar as recentes declarações do Ministro da Cultura sobre a relação da comunicação social privada com a agência pública de notícias. E acrescentou: "Em vez do prometido e esperado apoio à imprensa privada, assiste-se, com frequência, a tentações no sentido de estrangular esses órgãos de comunicação social, seja através do impedimento de acesso às fontes de informação, seja através de queixas e de perseguição a jornalistas".
Américo Nascimento garantiu igualmente que é "visível a ingerência do Governo na esfera editorial dos órgãos públicos da comunicação social, o domínio total dos espaços noticiosos a uma acérrima concorrência dos órgãos públicos no mercado publicitário em relação aos órgãos privados".
Para o PAICV estas "atitudes têm custado caro ao País que, nos últimos anos, tem descido de posição no ranking da liberdade de imprensa".
De recordar que Abraão Vicente referiu, durante as comemorações dos 30 anos da agência de notícias, que “a Inforpress tem sido a base de toda a produção jornalística da imprensa escrita” e que “mais 50% das notícias dos outros jornais privados são notícias da Inforpress, muitas vezes sem nenhum esforço de reescrita e muitas vezes sem a necessária citação da fonte”. Declaração que a AJOC, a associação sindical de jornalistas, considerou como um "atestado de incompetência" passado aos jornalistas que trabalham para a comunicação social privada cabo-verdiana.