Professores prometem resistir: "Se não surtir efeito, vamos para a greve e congelamento de notas"

PorSheilla Ribeiro,16 out 2023 15:43

Os professores estão determinados a fazer ouvir as suas reivindicações. E a forma de luta escolhida é a manifestação marcada para o dia 18. No entanto, afirmam que se esta acção não resultar em respostas positivas por parte do Governo, estão dispostos a intensificar a sua resistência com a ameaça de greves e até mesmo o congelamento de notas.

Declaração feita da tarde de hoje, durante uma conferência de imprensa. Segundo o porta-voz do movimento dos professores, David Ferreira, a manifestação está marcada para o próximo dia 18, com concentrações em todas as principais praças do país a partir das 08h30.

“A expectativa é grande neste momento com a manifestação, porque notamos que os professores, de Santo Antão a Brava, estão motivados e todo o mundo está convicto que é desta vez que faremos uma manifestação séria, onde os governantes desse país, a tutela principalmente, sendo o Ministério da Educação, dê o devido respeito às reivindicações que a classe faz. Porque, como sabemos, há muito que se reivindica, no entanto, não se dá a devida atenção que a reivindicação precisa”, disse.

O porta-voz também destacou a influência das recentes declarações relacionadas ao Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) nesse movimento de luta.

Conforme salientou, a exclusão dos profissionais da função pública, que fazem parte do quadro especial, do aumento salarial proposto, deixou os professores envolvidos nessa categoria sentindo-se injustiçados. Por isso, a manifestação ganhou mais motivação.

O porta-voz acredita que 100% dos professores estão convictos e motivados para essa luta, aguardando a adesão maciça da classe à manifestação do dia 18.

Na mesma ocasião, a presidente do Sindicato Nacional Democrático dos Professores (SINDIPROF ), Lígia Herbert, expressou total apoio à causa dos professores no país, considerando-a legítima e urgente.

Herbert reconheceu que houve negociações com o Governo e ganhos significativos para a classe docente, mas ressaltou várias questões pendentes.

Neste sentido, ressaltou a necessidade de regulamentar a promoção na carreira dos professores, enfatizando que o congelamento nessa área é uma preocupação crescente.

Mencionou ainda a questão dos subsídios para professores com novas atribuições de cargo-horário, a transição de professores do 8A para o 9A, e a situação precária das educadoras de infância devido à falta de regulamentação do seu estatuto e remuneração.

A representante do SINDIPROF chamou a atenção para os salários de professores de 1A e 3C, que embora anunciados como maiores, na prática, não reflectem um aumento real de renda, deixando muitos educadores com salários mínimos, apesar das demandas e expectativas da profissão.

Herbert enfatizou a importância do momento, uma vez que o orçamento do Estado está prestes a ser discutido, e a classe docente não viu um aumento salarial há muito tempo, perdendo poder de compra.

“Nós queremos dizer que, quando falamos de professor, estamos a falar também de toda a administração pública, sendo preciso que o Governo veja toda a situação do país. O professor não vai ficar parado. E vamos continuar. A forma de luta é esta manifestação. Se não surtir efeito, vamos para a greve, vamos para o congelamento de notas, vamos para tudo o que é possível, mas que venha resposta positiva. O SINDIPROF não vai recuar. A luta é dos professores e nós estamos com os professores”, salientou. 

Posição também defendida pelo presidente do SIPROFIS . “Agora, é agora, é hora de lutar, é hora de mudança de paradigma no sistema dos direitos dos professores”, reforçou.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,16 out 2023 15:43

Editado porAndre Amaral  em  5 jul 2024 23:28

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