“A ilha do Sal recebe 52% dos turistas que nos visitam e a época alta de novembro a março cria-nos desafios tais como aumento de doenças diarreicas; intoxicação alcoólica; afogamentos e/ou acidentes no mar; acidentes de trânsitos (ligados ao excesso de consumo de bebidas alcoólicas); aumento de doenças respiratórias e insolações”, apontou.
Nesse sentido, o Delegado da Saúde sublinhou a importância das instalações de saúde privadas localizadas dentro dos hotéis e nas proximidades, que desempenham um papel vital em atender às necessidades de saúde dos turistas.
Em relação à infraestrutura pública de saúde, Moreira explicou que a ilha do Sal possui um Hospital Regional em Espargos, dois Centros de Saúde (um em Santa Maria e outro em Espargos) e um serviço de urgência de 12 horas em Santa Maria.
Conforme considerou, essas instalações desempenham um papel crucial em lidar com a demanda de saúde da população local e dos turistas.
“As necessidades de saúde da população e dos turistas são satisfeitas nessa época (alta)”, considerou.
Quanto às Gastroenterites Agudas (GEA), José Rui Moreira afirmou que é fundamental garantir o acesso a água potável e adoptar práticas adequadas de higiene alimentar durante a época alta.
“Também damos muita atenção à saúde dos manipuladores de alimentos, a fim de evitar a transmissão de doenças para os clientes", explicou.
Aliás, refere que a maioria dos casos de GEA em Cabo Verde tem origem viral, semelhante ao que é observado em países desenvolvidos.
Em relação à COVID-19, o Delegado de Saúde sublinhou a importância do isolamento de pessoas com sintomas respiratórios e práticas de higiene das mãos.
Também mencionou a necessidade de responsabilidade partilhada na implementação dessas medidas, tanto por parte dos residentes quanto dos visitantes.
Sobre a segurança sanitária, Moreira especificou que é essencial proteger tanto os residentes quanto os turistas, já que a COVID-19 e suas variantes geralmente entram na ilha de fora. "Implementamos protocolos rigorosos, incluindo o isolamento de pessoas com COVID-19 ou sintomas da doença, além de medidas de vigilância para outras doenças com potencial pandêmico", acrescentou.
Desafios em termos de recursos humanos
Segundo José Rui Moreira, nos últimos anos, a ilha do Sal tem investido consideravelmente na melhoria de suas infraestruturas de saúde e no desenvolvimento de recursos humanos, o que foi ampliado durante a pandemia da COVID-19.
"A construção do Centro de Saúde de Santa Maria e outras melhorias têm sido ganhos significativos, e actualmente, estamos construindo o Centro de Saúde de Palmeira. Com os recursos humanos existentes, temos conseguido responder às demandas e os desafios existentes vão sendo ultrapassados", destacou Moreira.
Questionado sobre como manter o equilíbrio entre as necessidades de Saúde da população local e as necessidades dos turistas que frequentam a ilha, José Rui Moreira garante que todos recebem os cuidados segundo as valências disponíveis.
“Assim não temos tido enchentes a nível da demanda mesmo em épocas altas”, assegurou.
No que concerne a colaboração entre as entidades envolvidas no turismo para garantir a saúde e a segurança de todos os envolvidos no sector, frisou que é e sempre foi estreita e consciente.
“Mas, tornou-se mais evidente com o advento da pandemia da COVID-19. As actividades em prol da segurança sanitária são feitas em concertações e com a presença de todos os envolvidos”, pontuou.