A informação foi avançada à imprensa pela médica de serviço na ala dos pacientes com problemas respiratórios, Mitza Serena, tendo afirmado que devido a pandemia da COVID-19 poucas pessoas têm procurado o serviço de pediatria.
O medo das pessoas de serem contaminadas tem feito com que a pediatria registe agora uma média de menos de 20 pacientes ou até 30 crianças diariamente.
Mitza Serena advogou que é impossível ter algum risco de contaminação neste sector, uma vez que todos os médicos estão protegidos com os equipamentos de protecção individual.
Na sequência de infecção de dois médicos, sendo uma da Pediatria e outro da Maternidade, o presidente do conselho da administração do HAN, Júlio Andrade, convidou os órgãos de comunicação social para constatar como é que funciona os circuitos criados nestes sectores.
Tanto o serviço de Pediatria como a da Maternidade estão a funcionar com dois circuitos, sendo um para casos suspeitos e outro para pacientes normais.
No serviço de urgência da pediatria, segundo a médica Mitza Serena, logo à entrada os pacientes preenchem uma ficha, é feito o rastreio, e, de acordo com as respostas, os pacientes são encaminhados para diferentes alas para que não se cruzem.
Cada ala tem a sua sala de espera e a sua equipa de profissionais de saúde, e os doentes que precisarem de fazer exames vão para locais diferentes para que não se cruzem, avançou.
Os pacientes que apresentam problemas respiratórios, informou, estes também são classificados como caso crítico ou leve.
“Temos duas salas para esses pacientes. Uma para os casos mais graves, onde temos todos os equipamentos como ventiladores, medicamentos, bombas, entre outros, e outra para o caso de respiração leve”, disse, advertindo que logo que se confirme que o paciente está infectado com COVID-19 este é transportado para um quarto particular.
Mitza Serena afirmou que os pacientes com problemas respiratórios são poucos e que até agora só receberam dois na ala de casos suspeitos.
Um dos pacientes que, segundo informações prestadas pela médica, ocupou a sala de doentes críticos foi o filho do agente infectado de Ponta d´Agua, que testou também positivo, enquanto a outra criança, cujo teste de COVID-19 deu negativo, mas que venho a falecer na semana passada, ficou na sala dos pacientes com problemas menos graves.
A médica informou ainda que todos as salas são desinfectadas diariamente para se evitar risco de qualquer contaminação.
“Estamos a tomar cuidados, por isso temos que fazer esse circuito para proteger as pessoas e os profissionais. É uma doença nova para nós, mas temos tomado todas as preocupações e trabalhamos em prol disso, seguindo as normas e orientações da Organização Mundial da Saúde”, assegurou.
Dos 113 casos de COVID-19 em Cabo Verde, 56 são do concelho da Praia. Ainda na Ilha de Santiago há mais três casos de infecção, sendo dois no Tarrafal e um em São Domingos.
A Ilha da Boa Vista conta até este momento 53 casos e São Vicente um. O país registou um óbito e dois recuperados.