Danielson Veiga, que falava aos jornalistas à margem de um encontro com o Presidente da República, referiu que a detecção de quatro casos de funcionários do HAN com COVID-19 levantou uma certa preocupação na classe que, unida, tem levantado dúvidas sobre questões de segurança em relação não só aos funcionários de hospital em si, mas também aos utentes de saúde.
“Até agora nós não estamos convencidos que haja um bom serviço, porque temos um plano de contingência, que foi elaborado pelo governo, e que é obrigatório ser usado e aplicado em qualquer infraestrutura de saúde e também em restaurantes, hotéis e bares, para que haja uma certa forma de prevenção. Mas, dentro de algumas estruturas de saúde, sobretudo aqui do Hospital, não temos reparado esse rigor”, afirmou.
Por isso, continuou, considera que há falhas sobretudo na gestão de doentes, indicando que mesmo coma separação dos pacientes com sintomas respiratórias dos outros pacientes, há situações em que um doente com queixas respiratórias entra num serviço onde não devia estar e vice-versa.
Numa referência aos casos positivos entre os médicos, disse que é preciso dar o benefício da dúvida, sobre o eventual contágio no seio familiar.
“Já temos quatro casos, não posso provar realmente se estes casos foram contraídos dentro ou fora do hospital...é bem possível que seja no seio familiar, mas tendo em conta que é para o hospital que vão as pessoas com sintomas, é provável também que a infecção tenha sido contraída aí. Temos que dar o benefício da dúvida e dar a nossa contribuição para a correcção daquilo que nós achamos que deve ser corrigido”, ponderou.
O bastonário da Ordem dos Médicos julga ainda ser necessária a criação de um comité que trate apenas de epidemia e de controlo de infecção no HAN.
Relativamente ao alargamento do estado de emergência, o bastonário declarou que se o país continuar a registar de três a cinco casos por dia, não vê “razão forte” para a prorrogação, ao menos que haja uma duplicação súbita e complicação da situação.