Cerca de 24,1 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, precisam de algum tipo de apoio humanitário ou de proteção, sobretudo devido a crise humanitária, criada por quatro anos de conflito.
“Nuvens de gafanhotos atacaram as fazendas, não conseguimos escapara nenhuma safra e agora comem a forragem do animal, usada para alimentar as ovelhas”, conta Musae'ed Mubarak Ali Al-Gunaimi, fazendeiro e pastor do vilarejo de Hareeb..
Os gafanhotos também atacaram plantações de rabanete, cebola, gergelim, agrião e até tâmaras, resultando em perdas significativas para os agricultores.
Outro fazendeiro, Hussain Mohamed Abdullah Al-Zubaidi, da localidade de Ar Rudud, disse que “os gafanhotos comeram tudo em quatro dias deixaram nada além dos gravetos”.
O Iêmen é um terreno fértil para gafanhotos do deserto. A FAO afirma que controlar a infestação no país” é crucial” para prevenir uma nova propagação da praga no Sudeste de África e no Sudoeste Asiático.
A agência está a apoiar as operações de controlo com meios logísticos, fornecendo mais de 14,8 mil litros de pesticidas e a treinar 393 equipas de campo em técnicas de controle, saúde, segurança e práticas ambientais.
Apesar dos esforços, nem todas as áreas do país são acessíveis principalmente devido à situação de segurança, o que dá aos gafanhotos tempo e espaço para reprodução.
O gafanhoto do deserto é considerado a praga migratória mais prejudicial do mundo. A cada três meses, um ciclo de criação, pode multiplicar os seus números 20 vezes.
Em cada km2, pode haver de 40 a 80 milhões de insetos e as nuvens chegam a variar de menos de um quilômetro quadrado a várias centenas de quilômetros quadrados. Uma pequena nuvem pode comer a mesma quantidade que 35 mil pessoas em um só dia.
Devido às mudanças sazonais do clima, eles estão a mover-se a procura de vegetação para comer, o que está a causar um aumento da atividade na costa do Iêmen e em outras áreas da Península Arábica.