Bernardinelli-Bernstein não está na rota da Terra: os cientistas já garantiram que o mais perto que o cometa ficará do Sol é a uma distância de 1,6 mil milhões de quilómetros, algo que só acontecerá em 2031.
Mas à medida que o objeto se aproxima, escreve o site zap.aeiou.pt, os astrónomos aproveitam a oportunidade para o estudar detalhadamente.
Recentemente, uma equipa de investigadores usou o Telescópio Espacial Hubble para espreitar através do coma ardente da rocha e observar directamente o seu “coração” gelado. As observações permitiram aos cientistas identificar uma mancha de luz brilhante que corresponde ao núcleo do cometa.
Segundo o Live Science, citado pela mesma fonte, a equipa usou um modelo de computador para remover digitalmente o brilho e os dados resultantes mostraram que o núcleo é cerca de 50 vezes maior do que os cometas típicos observados no Sistema Solar interno.
A análise também permitiu apurar a cor do núcleo gelado do cometa. “É grande e mais negro do que o carvão“, disse o co-autor do estudo, David Jewitt, em comunicado.
O cometa foi observado acidentalmente pela primeira vez em 2010, quando estava a mais de 4,8 mil milhões de quilómetros do Sol. Desde então, o C/2014 UN271 tem atraído a atenção dos cientistas.
Com uma órbita elíptica, o cometa demora mais de 3 milhões de anos para completar uma volta à volta do Sol. Hoje, está a menos de 3,2 mil milhões de quilómetros do nosso Sol, quase perpendicular ao plano do Sistema Solar.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1064 de 20 de Abril de 2022.