"Durante 2021–2022, projecta-se um crescimento médio de 4.6%, com a melhoria das condições económicas e menores perturbações nas cadeias de abastecimento a conjugarem-se para impulsionar o consumo privado e o investimento nos transportes, turismo, energia e informação, comunicações e tecnologia", lê-se no relatório 'Perspetivas Económicas para África 2021', que tem como tema 'Da resolução da dívida ao crescimento: o caminho de África'.
De acordo com a parte do documento relativa a Cabo Verde, o arquipélago deverá manter perdas elevadas ao nível da receita fiscal, o que colocará o défice orçamental nos 9,1%, abrandando para 6,2% do PIB no próximo ano.
Relativamente ao rácio da dívida pública sobre o PIB, uma das mais elevadas do continente africano, o BAD relativiza o valor em causa, notando, no entanto, que "apesar de a dívida pública ser considerada sustentável, tanto a dívida externa como a dívida total apresentam um elevado risco de sobre-endividamento"
Em 2020, a dívida pública de Cabo Verde subiu para 152,4%, o que compara com os 124,2% do ano anterior, com a dívida externa a representar 72% do total.
"A dívida pública externa é muito favorável, com uma maturidade média de 22 anos e uma taxa de juro média abaixo de 1%", nota o BAD, acrescentando que "os principais credores são multilaterais (46,2%) e bilaterais (24,2%), ao passo que os empréstimos comerciais representam 29,6% dos empréstimos públicos".
No relatório, a nível geral, o BAD estima um crescimento de 3,2% para este ano no continente, depois da recessão de 2,1% do ano passado devido à pandemia de covid-19.
O continente "deve recuperar da sua pior recessão económica em meio século devido à pandemia, crescendo 3,4% em 2021, que se segue a uma contração de 2,1% no ano passado", lê-se no relatório.
O documento salienta que, apesar do impacto económico ser diferenciado em função das regiões, "a recuperação antevista é genérica".