Um comunicado da Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado (UASE), emitido durante a manhã de hoje, anuncia que a venda de 51% do capital da TACV à Loftleidir Cabo Verde custou 1,3 milhões de euros (cerca de 143 mil contos) aos cofres da empresa subsidiária da Loftleidir Icelandic.
"O valor patrimonial da empresa foi estabelecido no montante de 9,2 milhões de euros. 5.48 milhões de euros representavam os activos imobiliários. O valor patrimonial excluindo os imóveis totaliza assim os 3.7 milhões de euros. No âmbito das negociações feitas, foi possível excluir todos os activos imobiliários desta transacção. O montante acordado para a aquisição de 51% do capital da empresa, entre o Estado e o parceiro estratégico, é de 1,3 milhões de euros", lê-se no comunicado.
"Convém notar que mais 6 milhões de dólares de capital será injectado pelo parceiro estratégico para a capitalização da empresa, totalizando cerca de 7.3 milhões de euros", lê-se ainda no mesmo texto.
Quanto aos restantes 49% do capital detido pelo Estado, a UASE refere aquilo que já tinha sido dito pelo governo: o accionista Estado vai continuar o seu desinvestimento na empresa, realizando brevemente a alienação de 10% do seu capital social aos trabalhadores e emigrantes, mantendo-se com 39% das acções da companhia que serão alienadas ainda em 2019 a investidores nacionais e internacionais.
Depois de concluída a venda dos 51% da TACV à Loftleidir Cabo Verde, a empresa que agora passa a gerir os destinos da companhia aérea cabo-verdiana compromete-se a não vender as "suas acções durante um período de 5 anos, tendo para tal de ter autorização do Governo. Passado este período e caso pretenda fazê-lo, o Governo tem sempre direito de preferência".
Sem se saber por quanto, a TACV já mudou de mãos
Preço da venda dos 51% do capital da TACV não foi revelado e governantes recusaram falar com a comunicação social no fim da cerimónia de assinatura do contrato de privatização da companhia aérea. Luanda, em Angola, e Lagos, na Nigéria, são destinos que a empresa quer começar a explorar o mais depressa possível.
Passivo assumido pelo Estado
Com o início do processo de reestruturação da TACV - que se iniciou em 2017 - "foi dada especial atenção às dividas de empresa" que, na altura, atingiam os 100 milhões de euros, iniciando-se um "trabalho de renegociação com os credores e fornecedores da empresa", recorda a UASE.
"A estratégia proposta levou à criação de uma empresa, a NEWCO, 100% detida pelo Estado, um veículo para o qual terão de ser transferidas todas as dívidas dos TACV, das quais 50% estavam garantidas pelo Estado". "O passivo total a ser assumido atinge valores na ordem dos 105 milhões de euros", aponta ainda o comunicado da UASE que adianta igualmente que de "acordo com os cálculos feitos do impacto do HUB na economia e mediante o plano de negócios aprovado, esse investimento será totalmente recuperado em pouco tempo".
O governo e a Loftleidir Cabo Verde assinaram sexta-feira o acordo de privatização da TACV, sendo que o valor a ser pago por aquela subsidiária da Loftleidir Incelandic pela compra da companhia aérea nacional não foi revelado.
O processo de privatização da TACV fez o governo suportar "custos políticos, críticas, suspeições, descrenças e houve muita turbulência", destacou o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, no discurso que fez após a assinatura do contrat.
Já Erlendur Svavarsson, da Loftleidir Icelandic, referiu que o objectivo da empresa é ter uma frota de 12 aviões.