Essas publicações e programas abrem portas para leitores da língua inglesa em todo o mundo para a multiplicidade de pontos de vista, riqueza de experiência e perspectiva literária sobre eventos mundiais oferecidos por escritores em outros idiomas. Procura-se ligar escritores internacionais ao público em geral, estudantes e educadores e à mídia e servir como um local on-line privilegiado para uma conversa literária global.
Essa revista online mensal que publica traduções em inglês de alta qualidade de ficção contemporânea, não-ficção e poesia, além de resenhas de novos livros instigantes de tradução, dedica, pela primeira vez, neste númerod e Maio, à literatura de Cabo Verde.
Os nove textos ali incluídos exploram a ocupação simultânea de Cabo Verde do centro e das margens do mundo. Manuel Brito-Semedo traça os contornos da cultura literária cabo-verdiana; em poesia e prosa, respectivamente, os vencedores do Prêmio Camões, Arménio Vieira e Germano Almeida, relatam a descoberta de entendimentos mais profundos do país e do eu, em Lisboa e na ilha de Boa Vista; Fátima Bettencourt sonha com o fim do mundo; Dina Salústio descreve o desejo de uma cidade fazer seu nome; Luís Romano conta uma história de riqueza em trapos; Filinto Elísio concorda com as origens cabo-verdianas da lenda do jazz Horace Silver e pondera a linha entre o existente e o não existente.
Com traduções de Anna Kushner, David Shook, Eric MB Becker, Jeff Hessney, Jethro Soutar e Nina Perrotta, uma excelente proposta de leitura.
Imagem:Hélder Paz Monteiro,(in) ver (tido) reflexo, 2018.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 965 de 27 de Maio de 2020.