No campo literário e científico, o Cabo Verde Boletim de Propaganda e Informação (Praia, Outubro 1949 a Julho-Setembro 1963) fez História. Todos, ou quase todos os intelectuais cabo-verdianos colaboraram nele. E não se limitaram a escrever textos literários. Escreveram sobre linguística, sociologia, arte e História de Cabo Verde. Promoveram-se concursos que revelaram novos valores das letras e do jornalismo cabo-verdiano, basta dizer que foi no Cabo Verde que fizeram a sua estreia literária na imprensa escritores como Gabriel Mariano, Terêncio Anahory, Jorge Pedro Barbosa e Francisco Lopes da Silva, só para citar alguns entre dezenas de outros que, ao longo dos anos, ir-se-iam revelando nas páginas do boletim.
Para comemorar a entrada do Cabo Verde no décimo ano da sua publicação, um grupo de estudantes universitários em Lisboa e Coimbra reuniu uma série de trabalhos para um Suplemento Cultural. Faziam parte desse grupo Aguinaldo Brito Fonseca, Francisco Lopes da Silva, Gabriel Mariano, Ovídio Martins, Carlos Alberto Monteiro Leite, José Augusto Monteiro Pinto, Sylvia Crato Monteiro, Terêncio Anahory e Yolanda Morazzo.
Uma nota-manifesto de abertura, assinada por Carlos Alberto Monteiro Leite, dá conta da determinação desses jovens: “Com a publicação deste suplemento, de que agora aparece o 1.º número, também queremos acender, com o maior alvoroço, um farol nos mares das nossas Ilhas, dando sinal à navegação de que estamos vivos e atentos”.